terça-feira, 3 de abril de 2012

Araraquara, SP, ganha bicicleta que oferece livros a moradores de rua



Bicicloteca já existe em diversas comunidades brasileiras e outros países.
Veículo foi doado à cidade por ex-morador de rua e presidente de ONG.

Moradores de rua e toda a população de Araraquara, no interior de São Paulo, passarão a fazer parte de um movimento cultural independente: a Bicicloteca. A biblioteca itinerante já existe em diversas comunidades brasileiras e em outros países atendendo pessoas sem acesso à leitura com uma bicicleta como veículo para o transporte dos livros.

Uma dessas bicicletas foi doada à cidade pelo presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo Robson Mendonça. “Basta a cidade arcar com as despesas de buscá-la em São Paulo.” Mendonça viveu nas ruas por seis anos e com a ajuda do Instituto Mobilidade Verde desenvolveu o projeto na capital. Trata-se de um triciclo com capacidade para 150 kg de livros para facilitar o trabalho das comunidades que já atuam com cultura e inclusão social através da leitura.

O prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) surpreendeu-se com a iniciativa e prometeu pegar a bicicleta assim que possível. “Ela ficará em algum de nossos locais que atendem moradores de rua e poderá ser operada por eles mesmos, será com certeza muito produtivo.”

História

Robson Mendonça conta que durante os seis anos que viveu nas ruas sempre procurou a leitura como base. “O conhecimento é a única maneira que essas pessoas têm de conseguir sair dessa situação.” Ele observa ainda que a maioria dos moradores de rua não é analfabeta. “É um grande indício de que com apenas um pouco de esforço e ajuda todos podem sair dessa. Conheci um homem nas ruas que hoje estuda Direito”, relata Mendonça.

No entanto, o acesso à leitura e o preconceito são o maior dos problemas segundo ele. “Lembro de todas as vezes que tentei frequentar a biblioteca, mesmo quando eu estava de banho tomado, as pessoas sempre saiam de perto, é muito triste.”

Com a iniciativa da Bicicloteca, Mendonça afirma que a leitura pode ir até as pessoas, inclusive a quem não vive nas ruas. “O projeto não é restrito a moradores de rua e pode atingir pessoas que passam diariamente por nós na correria do dia a dia e acabam não tendo tempo de frequentar uma livraria ou biblioteca, dá muito certo”, finaliza.

Fonte: G1
Imagem: Blog da Inajá
Conheça o projeto Bicicloteca

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